[Adorei este texto. Reflete fielmente tudo o que temos visto nas paróquia espalhadas pelo Brasil. Acho que se você vive numa paróquia assim, o que é bem possível, de duas uma: ou dará muita risada ou chorará amargamente. Enfim, acho que no contexto brasileiro, profundamente atingido pelo joio da Teologia da Libertação, temos que rezar muito. Estas são questões sérias que muitos não consideram. Ainda assim, podemos tomar estes passos extremos(?) como lições para caridosamente aconselharmos nossos párocos.]
[NCR; Tradução: Sentinela no escuro] ”No tempo transcorrido desde o Concílio Ecumênico Vaticano II, mas certamente não por causa do ensinamento do Concílio, tem sido dada uma atenção exagerada ao aspecto humano da sagrada liturgia”. Disse o cardeal Raymond Burke em sua conferência ao Instituto Tomista de Washington em 11 de maio.
“Não estão a Igreja e seu culto, por definição, direcionados a Deus?”, perguntou ele ao lembrar a tendência que já dura 50 anos de uma liturgia auto-centrada.
Tendo em conta a observação do cardeal Burke, eu ofereço uma cartilha àquelas comunidades que buscam tornar-se mais auto-centradas e culturalmente católicas.
Desde a minha conversão ao catolicismo há 16 anos, eu tenho tido o privilégio de rezar em uma diversidade de igrejas, capelas, basílicas, santuários e catedrais pelo mundo. A maioria delas foram majestosas e inspiradoras; outras, nem tanto. A missa é sempre a missa, mas nem toda igreja é sempre uma Igreja.
14. Centro Comunitário
Melhor do que descrever sua paróquia como uma Igreja, adote a prática de chamá-la simplesmente de “Comunidade” (por exemplo: comunidade do Espírito Santo). Cristãos protestantes fazem questão de se dissociarem de qualquer aspecto semelhante às Igrejas Tradicionais – fazendo uso de nomes tais quais: Hosanna, A videira, O rio, Centro de Júbilo ou Árvore da vida. Todos estes nomes serão bem-vindos diante da mudança.
13. Passe a música para o primeiro lugar
Faça da música o ponto focal da missa. Ponha os músicos o mais próximo possível da frente e do centro. Evite colocar coros no lugar das bandas. Posicione uma bateria na direção correta dentro do santuário. Implemente especificamente este passo em conjunto com o passo número 1 para maior impacto. Faça com que a música tocada seja o mais banal, tola e auto-centrada possível. Aplausos! – em músicas feitas para Deus – é obrigatório.
12. Nada de cheiros e sinos
Sinos, badalos, água benta, velas, incenso…é tudo um pouco arcaico, não é? Na verdade é um claro retrocesso a Igreja medieval. Incensos são incrivelmente insensíveis com aqueles com alguma alergia. Os sinos também são insensíveis com aqueles que não toleram barulho. O uso de muitas velas pode ser considerado não-amigável em relação às abelhas e à terra. O uso de água benta pode impor uma enorme demanda de nossos reservatórios de água potável. Simplesmente não use.
11. Enterre as obras de arte
Remova as obras de arte da Igreja. Elas são caras para iniciar e dispendiosas para manter. Melhor que gastar dinheiro para manter as obras de arte da igreja, estátuas, vitrais e altares, simplesmente abandone-os. Dê o dinheiro aos pobres e opte por algo de baixo-custo. Algo como um espaço para adoração todo branco, que não seja de forma alguma discernível em relação a espaços de culto não-católicos.
10. Remova as Estações da Via Sacra
Remova as Estações da Via Sacra, se possível. Junto com o crucifixo elas só lembram aos paroquianos de sacrifício, sofrimento e morte. Se não for possível retirar as Estações, encontre um conjunto feito em estilo arte abstrata de forma que as pessoas nem imaginem o que elas realmente estão vendo. Melhor ainda….encontre um doador que possa providenciar ao seu Centro Comunitário um “ressurefixo” no lugar de um crucifixo. Remova qualquer alusão ao “servo sofredor”. É escandaloso demais, até mesmo para uma criancinha.
9. Livre-se dos genuflexórios
Enquanto estiver no comando, remova os genuflexórios. Eles são penosos para os joelhos. Provavelmente eles também sejam antigos e é possível que precisem ser substituídos. Nós somos um “Povo Ressuscitado”, assim, podemos ficar de pé em vez de ajoelharmo-nos. Como eles têm sido esquecidos há alguns anos, ninguém vai nem perceber que eles foram retirados ou se perguntar por que uma vez eles foram usados nos primeiros lugares da igreja.
8. Favoreça o Horizontal no lugar do Vertical
Exagere o relacionamento vertical entre os paroquianos em vez da relação vertical entre os indivíduos e Deus. Existem diversas formas de se usar isso, mas talvez um dos mais efetivos seja criar espaços de culto que lembrem teatros ou depósitos em vez de igrejas. Posicione os bancos em forma semi-circular de modo que os fieis possam se olhar em vez de focarem sua atenção no que está acontecendo no altar.
7. Insira muita tecnologia
Ponha uma enorme projeção em tela na área do altar. Assim você pode projetar as letras das músicas ou focalizar na banda. Invista em jogos de luz. Assim os fieis pode apreciar um show de luzes com a presença da banda. Instale tomadas nos bancos da igreja para os paroquinos poderem carregar seus celulares, iPads e smartphones. As paróquias tecnologicamente mais desenvolvidas podem acrecentar um sistema de votação. Deste modo os fieis podem votar nos seus hinos, leituras do evangelho e pregadores prediletos. Pense nisso como um “Catholic Idol”.
6. Pãozinho melhor
Em vez de hóstias sem graça e sem gosto, ofereça algo mais como pão durante a Eucaristia. Tente algo mais poroso ou talvez até mesmo adocicado com mel. Entre em contato com uma boa padaria e peça pães especiais. Se os pães se despedaçarem durante a comunhão, não se preocupe. Você pode simplesmente usar aspirador para pegar os pedaços.
5. Transforme a missa num Talk Show
Como a apresentadora Oprah tornou-se uma espécie de “guru espiritual”, por que não produzir a missa aos moldes de um Talk Show? Traga o altar para baixo de forma que fique ao mesmo nível dos fieis. Também pode-se converter o altar de mármore numa mesa de café. Incentive o sacerdote a vir em direção à audiência…hum…congregação o máximo de vezes possível. Ele pode sair do presbitério e sentar-se com os fieis para ouvir as leituras. Ele também pode partilhar a sua homilia, preferencialmente com um microfone na mão, passando de mão e mão entre os bancos. Assim ele interagirá mais com os fieis.
Seja mais complacente quanto a linguagem, modifique o altar, pule a Escritura! Neutralize o gênero de todas as orações da Igreja, o credo e as leituras sagradas. Macho e fêmea significam meramente construções humanas. Se há algo que dificulte a leitura do Evangelho, basta pular esta parte.
1. Transfira o tabernáculo
Transfira o tabernáculo com seu conteúdo da frente e do centro da igreja para um outro espaço, preferencialmente outra sala ou talvez um depósito de limpeza.
Seguindo estes 14 simples passos e o quanto antes, você terá um centro comunitário católico moderno e progressista – um lugar onde pessoas de todas as idades possam se reunir para se socializar, um lugar onde todos serão bem-vindos e nada seja feito para que as pessoas se sintam desconfortáveis. Na verdade, quanto mais você fizer para que o seu Centro Comunitário se pareça com uma cafeteria, mais rápido você trará as multidões. Siga estes passos e em breve você terá um espaço liturgico que tenha todos os sentimentos da Igreja Católica – mas sem todos os acréscimos.
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